Thursday, December 07, 2006

EU

sou o avesso
em vez de ir aprendendo
fui me desfazendo
e voltando ao começo

me livrei da fé
depois de perder a alma no negócio
perdi o amor próprio
e expulsei meu ego a pontapé

perdi a vergonha na cara
e esporreei de real prazer e puro deleite
não dei às promissórias da vida o aceite
e me desfiz do que me mascara

fui deixando de lado
a solidão vazia das conversas de salão
entrei de sola com o dedo no cão
e me absolvi de todo o pecado

abandonei os jornais
doei meu gibis a um orfanato
para um asilo a TV e o rádio
e o de menos virou mais

agora tenho a mim
e comigo conto
se a morte é assim
eu já estou pronto!

Comedor de Ranho

6 Comments:

At 12/07/2006, Anonymous Anonymous said...

Genialíssimo.

Renato

 
At 12/12/2006, Anonymous Anonymous said...

Estupendo!
(com sotaque portenho)

Maringas

 
At 1/15/2007, Anonymous Anonymous said...

Nasceu um novo espaco de amizades e encontros, com videochat, mapas, blogs, albuns de fotos, videoteca, música e noticias sobre Africa! www.africamente.com

 
At 5/23/2008, Blogger Giuliano Gimenez said...

bicho, esse seu poema pode me servir de epígrafe para a minha monografia na qual estou trabalhando a pós-modernidade.

 
At 9/10/2008, Anonymous Anonymous said...

Adorei! Barbaro! Clap, clap, clap.
Marly Sanos
(Brasília)

 
At 3/02/2009, Blogger Solange De-Ré said...

Puta que pariu!!!
Ou apenas puta, pariu ou não foda-se!


Genial, ponta de inveja me assombra mas, queria ter bebido mais pra falar verdade.

You're the man, u're bastard!

 

Post a Comment

<< Home