Tuesday, March 07, 2006








poema prum brother caidaço

mano, se liga no punch
a vida é
uma roda viva
não há recreio nem lanche
mas tem quem sempre
encontre um bala perdida

você diz que é punk
zerado de aflições
mas até mesmo durões
vão pro desmanche
é só não dançar conforme o funk

se antena, mané,
não se cruza com qualquer mulher
tem puta e tem santa
tirar o atraso não te adianta
sem amor, o melhor é dar no pé

mas se você tomar por balela
versos que fiz sob medida pra você
vão se foder, você e ela!
daqui pra frente, pode crer,
minha vida segue via paralela.

Comedor de Ranho









você deu mais que chuchu na serra
chupou até ficar roxa e murcha
hoje taí co cu todo espalhado na fuça

não tem amigo meu que não te comeu
você abriu as pernas até pro teu irmão
mas não pense que fiquei magoado não

estou cagando e andando pra tudo isso
meu amor por você é fluido, é éter
é ferrão de vespa em tua estrela vésper

Comedor de Ranho




de vez em quando pinta algo de bom
dia desses um friend do peito me enviou lá de Curitiba
esse poema
não conheço os caras mas gostaria muito de conhecer






a vingança do povão

não adianta colocar podridão no freezer
a merda não pode ser desfeita
político bom é político morto
ou sendo noivinha atrás das grades

eles enrolaram todo dinheiro do país
entrouxaram no cu e saíram rasgando


Antonio Thadeu Wojciechowski, Marcos Prado, Bira Gonçalves, Edilson Del Grossi


O comedor de ranho


sim, confesso, eu como ranho
e não vem de hoje esse apetite
começou durante um banho
quando pela primeira vez (sic)
enfiei o dedo no nariz e junto
veio aquela delícia amarelada
mais gostosa que muito quitute,
melhor até que marmelada.
assim como quem peida tem
o prazer de apreciar o aroma
eu sinto que meleca faz bem
a todo ser que, feliz, a coma.
uns dizem que é porcaria
outros, se refestelam às escondidas
eu não troco por nada essa iguaria
a não ser por casquinha de ferida
assim meto o nariz na poesia
não pelo belo septúor sem demora
mas pelo que está por detrás em sintonia
e pra você que se diz poeta e se enoja
vai este verso que, nojento, não soaria
se esta única e definitiva prova -
um ranho a preencher a noite vazia –
fosse aceita luz de uma estrela nova!


Comedor de Ranho

poeta bom é poeta torto

poetinhas de fim de semana
em suas estrofezinhas
repletas de versinhos charadas
sintaxes sofisticadas
bah! palavras soltas no papel
jogando a poesia ao léu

poeta que é poeta acende a chama
salta sobre o dorso das estrelas
chicoteia centauro com a cauda dos cometas
e, sem medo, muda a paisagem das janelas
a própria vida ao agora é que são elas
a emoção real para os verdadeiros artífices
é ver um verso mostrar o poderoso bíceps
e numa porrada exata de quebrar a cara
estraçalhar alma e coração em uma rima rara


comedor de ranho

Agora fudeu tudo





preparem-se, animais
o pior vai começar agora
não sobrará pedra sobre pedra,
toda palavra má será castigada
hipócritas, calem-se para sempre!

a voz do senhor pela minha garganta
vai escrachar o que é falso,
zelar pelo que está bem
não esperem compaixão de minha parte
a luta será cruel e dantesca
colocarei um pingo em cada i,
essa é a verdadeira missão do insano
comedor de ranho